segunda-feira, 21 de abril de 2014

Fluminense, o mais amado e o mais odiado do Brasil? Amém !

Tricolores e visitantes de todas as ordens, sejam bem-vindos a este espaço.

Nada melhor do que o início deste Campeonato Brasileiro de 2014 para começarmos uma nova era do Fluminense Tradição. 

Alguns amigos me disseram que boas idéias adormecem, mas jamais fenecem. Acreditei neles e resolvi "acordar" um projeto que teve início em 1998 e que, no envolvimento  com outras "hordas" tricolores, acabou entrando em "stand by". Teremos alguns artigos em breve para falar sobre a história deste projeto (classificação que atualmente usamos para qualquer idéia que não sabemos exatamente onde e muito menos como vai terminar) e tudo que aconteceu na sequência. Temos muitos assuntos atrasados, polêmicas, opiniões ... sinceramente, não foi fácil saber por onde começar.

Acredito que o começo está sempre naquilo que mais nos impacta. Normalmente o que mais nos impacta é fruto dos acontecimentos mais recentes. Fluminense é esporte, mas o que mais nos impacta é o futebol. E dentro do futebol, o que mais nos impacta é o futebol profissional. Assim sendo, a linha de observação primária de todos nós tricolores e não tricolores, este artigo também é pra vocês, são os acontecimentos do nosso futebol profissional.

Desde o fim do campeonato de 2012 (2013 foi apenas a continuidade), o Fluminense tornou-se o inimigo número um do futebol brasileiro. Houve todos os tipos de associação do Fluminense a diversos tipos de corrupção, inclusive a corrupção de poderes, como compra de arbitragem e, até mesmo, das diversas instâncias de Justiça Desportiva. Antes disso, desde que o Fluminense, DE FORMA ABSOLUTAMENTE VANGUARDISTA, uma vez que numa época em que nenhum grande clube brasileiro caia, caiu para a 2a e até mesmo para a 3a divisão do futebol brasileiro, ficou estranhamente associado a "viradas de mesa" para se livrar destas quedas, nos episódios dos meados da década de 1990 até a fatídica Copa JH.

Não pretendo me alongar muito nos motivos e nos diversos aspectos históricos relativos a estes pontos que, todos nós, amantes do futebol, independente das preferências clubísticas (ave Nélson!) estamos, deveríamos estar, pelo menos, cansados de saber e de debater.

Vá lá! Há literaturas com versões sob a égide de todas as tendências, pró ou anti-Fluminense. Como tricolor, sugiro as pró-tricolores para começar. Vale a pena a leitura do lançamento literário do Janot e do Garcez: "Pagar o quê?" e as ponderações interessantíssimas a cerca do final do campeonato de 2013, produzidas a partir dos artigos do Coronel Paúl (http://blogcoronelpaul.blogspot.com.br/) e do Aqipossa (http://aqipossa.blogspot.com.br/). Para os anti-tricolores, vale a leitura de artigos do rubro-negro Renato Maurício Prado, assim como a do corinthiano Juca Kfouri e de toda a ESPN em geral (ressalva feita ao Paulo Vinícius Coelho, que se prendeu mais aos fatos históricos do que a acusações diretas ou indiretas).

Mas vamos ao que interessa:

Este é um artigo em dois tempos. Todos alinhados e lidos em relação aos fatos e análises de todos os autores a respeito? Todos conhecedores dos aspectos expostos por cada um dos leitores em questão? Podemos prosseguir? Senão, não há pressa. Para a cultura e a fundamentação não devemos nunca ter pressa. Voltem e leiam tudo a respeito e depois voltem aqui. Estaremos esperando. Todo o tempo do mundo é válido de ser investido de forma que esclareçamos o que deve ser esclarecido. Ou que pelo menos nos aculturemos de forma ampla.

Então vamos lá:

Na semana passada, recebi uma mensagem de alguns amigos rubro-negros (se você leu o material que indicamos, você entende exatamente o quanto o Flamengo pode ser relevante na história de 2013), reverberando de forma absolutamente agressiva uma suposta relação do Fluminense com a não verificação do BID no caso Icasa e Figueirense na série B, onde um jogador do Figueirense  não teria sido colocado no BID para este jogo e, por isso, teria atuado irregularmente, não sendo denunciado pela CBF em tempo. A denúncia provocaria a perda de pontos do Figueirense  num jogo contra o América MG, o que faria com que o Icasa ficasse entre os times que ascenderiam à Série A. A relação seria que, para "ajudar" o Fluminense, a CBF teria se esmeirado em verificar os casos André Santos e Héverton, mas no caso do Icasa simplesmente  teria ignorado "de propósito",  ficando em silêncio até que o tempo legal de contestação findasse (o Icasa reclamou sobre esta situação após o fim do tempo legal determinado para contestação e foi à justiça comum, conseguindo liminares que foram posteriormente cassadas).

Tudo é o maior barato e uma diversão quando é colocado apenas na questão da rivalidade saudável entre torcedores. Com  este papo todo, no chopp da esquina, sou o primeiro a dizer que é isso mesmo, o Fluminense compra todo mundo, manda nessa porra e se tornou "incaível", assim como digo também que parece mais plausível que o Flamengo tenha comprado a Portuguesa para não cair, após escalar irregularmente o André Santos e cada um de nós vai expondo nossas versões e fazendo brincadeiras, entre uma rodada e outra. O perigo é quando tem gente que começa a levar este negócio a sério, de forma doentia, e começa a falar em verdade, em crime, em prova, conspiração e a classificar o clube A ou o torcedor B como pior ou melhor que qualquer outro. Aí´, eu peço pra parar o papo e pergunto: "Tá de sacanagem, meu camarada? Vai se tratar ... e fecha a minha conta, seu garção."

Só que o pior não é isso, mas sim o fato de que estas reações de "justiçamento" vem sendo alimentadas sistematicamente por uma estratégia de imprensa. Evidente que pessoas com este comportamento doentio são as que mais são afetadas com as "sugestões" de verdade absoluta que recebemos todos os dias. E as "verdades" são todas na base de indícios e dos mais pobres e vagos. Jornalistas pregam descaradamente o não cumprimento de regulamentos esportivos, demonizam deuses e endeusam demônios para comprovar suas teorias (e fortalecer seus interesses). Provas de que alguém seja corrupto ou tenha sido corrompido são arranjadas de forma risível e são derrubadas em minutos, nitidamente forjadas. Fatos históricos são manipulados e recontados de forma absurdamente desonesta, sendo transformados em novas "evidências" ou "provas",  o que parece ser interessante dentro da tese que se deseja criar, é exposto, o que não é, é simplesmente escondido debaixo do tapete.

Senhores, se querem realmente saber a verdade do futebol, vamos parar de tentar acreditar em utopias e nos depararmos definitivamente com a verdade absoluta:

NÃO HÁ CLUBE MAIS CORRETO E MORAL QUE OUTRO NO FUTEBOL. O meio do futebol não é um meio onde vingam mocinhos justos e com fair play. Como costumam dizer, são 22 jogadores tentando levar vantagem, de preferência, enganando a arbitragem.  Todos são iguais e todos procurarão obter vantagens quando tiverem oportunidade. Sem essa de que o clube A é uma vergonha e o B é uma belezinha inocente que ganha somente pela ação das bençãos divinas associadas à sua "santidade" e ao seu trabalho honesto. Isso é ridículo! E se joga muito futebol nos bastidores, muito mais do que vocês podem imaginar. Como dizemos dentro do futebol: "futebol se ganha TAMBÉM no campo".

Isso é bom? Não é. Mas vocês não querem a verdade? Está aí ! O resto é conversa fiada de gente ignorante ou de má fé, seja dentro da imprensa, na busca da defesa de seus interesses, normalmente financeiros, ou na discussão idiota de certos elementos doentes nas mesas de bares e arquibancadas. 

E vamos tratar de aprender a conviver com isso, torcer com isso, brincar com isso e sermos felizes.

Dito isto, se querem odiar o Fluminense, amém. Ser odiado é apenas o resultado natural de se tornar cada vez mais em evidência e vencedor. Ser amado também. Normalmente estas coisas crescem em proporções iguais. Ficaria preocupado no dia que o Fluminense viesse a ser desprezado, mas cada vez fica mais claro que isto jamais acontecerá.

No entanto, fica o recado para a diretoria do clube. Dentro destes imbróglios, escândalos e discussões existe sempre uma oportunidade ímpar para trabalhar a marca e a instituição tornando-a mais forte e poderosa. Infelizmente, embora não surpreendentemente, vindo de quem hoje comanda o clube, mais uma destas oportunidades está sendo perdida e jogada no ralo.

Reitero as boas-vindas.

Saudações tricolores!